O presidente em exercício passou para o
único herdeiro de seu casamento com Marcela Temer dois conjuntos comerciais
Foto: Reprodução/Youtube
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Michel Temer vota nas últimas eleições ao lado da mulher e do filho pequeno |
Aos 7 anos de idade, completados em 2 de
maio, Michel Miguel Elias Temer
Lulia Filho, mais conhecido
como Michelzinho, é proprietário de
pelo menos dois imóveis cujos valores somados superam R$ 2 milhões. O pai, Michel Miguel Elias
Temer Lulia, de 75 anos, presidente em exercício da
República, passou para o nome do único herdeiro do seu casamento com Marcela
Temer dois conjuntos comerciais que abrigam seu escritório político em São
Paulo.
Localizados no Edifício Lugano,
no Itaim-Bibi, zona sul da capital paulista, cada conjunto tem 196 m² e valor
venal de R$ 1.024.802, segundo a Prefeitura de São Paulo - os dados são
públicos e podem ser consultados na internet. O valor de mercado costuma ser de
20% a 40% mais alto do que o valor de referência usado pela Prefeitura para
calcular o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Mesmo assim, na declaração de
bens que Temer apresentou à Justiça Eleitoral em 2014, cada conjunto é avaliado
em apenas R$ 190 mil. Isso é comum nas declarações de políticos, pois os
imóveis costumam ser declarados pelo valor de quando foram comprados. A
legislação não obriga a atualização do valor.
Doação
A assessoria de imprensa de Temer
informou que a transferência foi feita como doação, uma espécie de antecipação
da herança, e que as filhas do presidente em exercício também já receberam
imóveis em outros momentos. A assessoria não esclareceu quais imóveis foram
doados para as filhas, nem em que data isso ocorreu.
Luciana, Maristela e Clarissa,
fruto do primeiro casamento de Temer, são proprietárias de imóveis residenciais
na zona oeste de São Paulo, segundo a Prefeitura. A primeira também é dona de
um escritório no mesmo prédio onde ficam os imóveis transferidos para seu
irmão.
Outros bens
No caso da declaração de bens de
Temer apresentada quando foi candidato a vice-presidente na chapa de Dilma
Rousseff, a casa que possui na zona oeste de São Paulo também está subavaliada.
Em 2014, o presidente em exercício declarou a residência de 415 m² no Alto de
Pinheiros, comprada em 1998, por R$ 722.977,41. Na Prefeitura, o valor venal é
de R$ 2.875,109. Sobre esse valor incide a cobrança de IPTU.
Se a casa e os dois conjuntos do
Itaim-Bibi tivessem seu valor corrigido para pelo menos o valor venal, o
patrimônio declarado de Temer aumentaria em pelo menos R$ 3,6 milhões e
chegaria a um total de mais de R$ 11 milhões. Isso não inclui outra casa, de R$
1.434.558, no bairro do Pacaembu, pela qual ele responde a uma ação por não
pagamento de IPTU, e que Temer diz ter vendido.
O patrimônio do presidente
interino cresceu rapidamente desde 2006. Naquele ano, Temer foi candidato a
deputado federal e declarou bens no valor de R$ 2.293.645,53. Se corrigido pelo
IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, eles corresponderiam, em 2014, a R$
3.678.526,22. Porém, seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral em 2014 já
havia crescido para R$ 7.521.799,27. Ou seja, mais do que dobrou acima da inflação
entre duas eleições - e isso sem levar em conta a valorização dos imóveis.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Época Negócios
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