Terceiro
exame feito na amostra de Quézia Leite Batista confirmou que a assistente
administrativa da maternidade morreu infectada pelo novo coronavírus
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Danilo Barros, marido de Quézia Leite, chegou a tirar uma última foto com a esposa quando apresentou os primeiros sintomas de Covid-19 Foto: Arquivo Pessoal/Danilo Barros |
O
resultado de um teste rápido confirmou que Quézia Leite Batista, de 34 anos,
servidora pública que trabalhava na maternidade Frei Damião, morreu infectada
pelo coronavírus em João Pessoa. De acordo com o secretário de Saúde da
Paraíba, Geraldo Medeiros, a confirmação da Covid-19 veio após o primeiro teste
e a contraprova terem dado inconclusivos.
Quézia
Leite Batista estava internada em um hospital privado em João Pessoa, com
notificação de suspeita para Covid-19. O quadro clínico dela piorou e ela
morreu no dia 24 de março. Após a morte da servidora, ainda considerada à época
suspeita para coronavírus, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) efetuou a
desinfecção da maternidade Frei Damião, paralisando os atendimentos por 24
horas.
Ainda
de acordo com Geraldo Medeiros, o caso de servidora foi atípico, pois tanto o
exame feito no Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB),
quanto a contraprova feita no Instituto Evandro Chagas, no Pará, não
conseguiram atestar que se tratava de uma paciente infectada pelo coronavírus.
“Foi
um caso isolado. Medicina não é uma ciência exata, existe um percentual para
que o exame seja classificado inconclusivo. A coleta da paciente [Quézia] foi
colhido no nono dia, isso torna mais difícil para que se tenha um resultado
mais preciso. Tudo interfere, o modelo da coleta do material, o
acondicionamento, tudo isso pode fazer com que o exame seja inconclusivo”,
explicou.
Inicialmente,
a própria SES havia classificado a morte como descartada, mas em seguida, no
dia 30 de março, informou que tinha sido reiniciado o protocolo para
investigação da morte. Geraldo Medeiros comentou ainda que nos próximos três ou
quatro dias, a SES vai realizar pelo menos 900 exames referentes a uma demanda
reprimida que há atualmente no Lacen. A medida vai permitir que os resultados
saiam em até 24 horas após a coleta da amostra.
“Recebemos
94 kits, isso dá mais de 900 exames. Vamos acabar com essa demanda reprimida em
três ou quatro dias, permitindo que os resultados feitos no Lacen saiam
praticamente no mesmo dia”, comentou.
Marido
testa positivo
O
marido de Quézia Leite Batista, Danilo Barros, publicou no seu perfil no
Instagram que também testou positivo para coronavírus e que por conta disso,
muito provavelmente, sua esposa que havia morrido no dia 24 de março também
deveria estar infectada. Ele reclamou, alegando que a demora na coleta das
amostras foram determinantes para que os resultados dele e de Quézia dessem
negativo para Covid-19.
“28
dias após os primeiros sintomas veio a confirmação… Positivo para Covid-19,
depois de ter feito o primeiro exame pela SES fora do período recomendado, o
certo seria sete dias após os primeiros sintomas, em mim foi coletado no 14°
dia após os sintomas, com isso o resultado do primeiro exame deu negativo,
assim como o da minha esposa, que infelizmente veio a óbito”, escreveu na
publicação.
O
teste rápido do paciente foi aplicado pela Secretaria Municipal de Saúde de
João Pessoa (SMS), informando que ele tinha sido infectado pelo coronavírus e
que o corpo havia produzido anticorpos.
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