Número
de mortes por Covid-19 no Brasil chega a 20.047
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Ministério da Saúde - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
Em
entrevista diária do Ministério da Saúde, nessa quinta-feira (21), o diretor do
Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis,
Eduardo Macário, apresentou gráficos que mostram o avanço da Covid-19 no
Brasil. A doença, que já infectou mais de 310 mil brasileiros, está presente em
62.6% dos municípios brasileiros, sendo que 24,3% registraram óbitos em
decorrência do novo coronavírus.
O
diretor voltou a explicar que os números de mortes registrados podem ser de
óbitos ocorridos dias ou semanas antes. Pela dinâmica de alimentação dos dados,
aos fins de semana há menos registros e às terças-feiras há mais casos em razão
do acúmulo de notificações. Atualmente há 3.521 falecimentos aguardando
resultados laboratoriais. Mas ele reiterou que o Brasil está em uma curva
ascendente.
“Temos
sim um aumento de casos, e principalmente na questão dos óbitos confirmados por
coronavírus no Brasil. [Isso pode causar uma] falsa impressão de que mortes
estão diminuindo nas últimas semanas. À medida que as investigações são
concluídas [os dados são atualizados, mas] são sobre semanas anteriores. É uma
curva em desenvolvimento”, declarou.
Foram
46.438 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com
Covid-19, 1.836 por influenza, 2.272 por outros vírus respiratórios, 54.295 por
SRAG não especificada e 50.589 ainda em investigação.
Sobre
o perfil dos mortos por Covid-19, 69% tinham mais de 60 anos; e 63% apresentava
algum fator de risco, sendo os mais comuns doenças do coração, diabetes,
doenças renais, doenças neurológicas e pneumopatias.
Em
relação à penetração da pandemia, as regiões com o maior número de municípios
com casos registrados são o Norte (79,6%), Nordeste (74,2%), Sudeste (59,5%),
Sul (51%) e Centro-Oeste (42,6%). Em um mês, 2.063 novas cidades notificaram
casos confirmados de Covid-19. Outros 2.082 municípios ainda não relataram
nenhum caso.
“Os
dados mostram que Brasil não é país único. A evolução obedece o ciclo sazonal
das doenças respiratórias, que são diferentes quando você considera Norte e
Nordeste em relação ao Sul e Sudeste. Por isso que temos preocupação em relação
ao aumento da sazonalidade nos próximos meses e a preparação dos serviços de saúde
nesta temporada”, disse Macário.
Cenário
Internacional
A
equipe do Ministério da Saúde apresentou dados sobre a situação do Brasil no
cenário internacional. O país é o terceiro em casos confirmados e o sexto em
número de mortes. Mas quando se utiliza indicadores proporcionais à população,
a posição no ranking cai. O Brasil é o 55º em incidência de casos (número de
casos em relação à população) e o 28º em mortalidade (quantidade de
falecimentos em relação à população).
Testagem
Até
o momento, foram distribuídos 3 milhões de exames moleculares (PCR) para
laboratórios centrais. Ainda há 2,66 milhões em estoque. Foram analisados
423.438 exames. Há 585,3 mil exames solicitados aguardando finalização. Esse
cálculo não inclui Distrito Federal e Acre pois não estão no sistema de
informação do ministério.
A
quantidade desta modalidade de teste (PCR) em estoque é mais de seis vezes
maior do que os analisados. Perguntada sobre esse montante de exames diante das
estratégias anunciadas, como o ConfirmaCovid, a diretora substituta do
Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde da pasta, Grace
Madeline, respondeu que os kits “estão parados, mas a demanda vai acontecer
conforme o número de casos for ocorrendo”. Ela completou argumentando que esta é
“a maneira estratégia de manter laboratórios com insumos”.
No
recorte por exames realizados em relação aos solicitados, a média brasileira é
de 72%. Os estados com melhor desempenho são Paraná (96%), Goiás (93%),
Tocantins (93%), Amazonas (91%) e Roraima (89%). Os com pior atuação são Acre
(8%), Alagoas (30%), Rio de Janeiro (42%), Rio Grande do Sul (47%) e Rondônia
(49%).
Segundo
Grace Madeline, houve um aumento da capacidade de testagem, chegando a cerca de
7 mil por dia. “Os nossos laboratórios partiram de zero exame, pois não
tínhamos no país. Foram capacitados no meio de março, e a partir de então a
escala foi de crescimento geométrico. Hoje estão conseguindo realizar muitos
exames”, comentou.
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