Ferramenta foi criada pela pesquisadora
Layza Deininger, em seu doutorado no Programa de Pós-graduação em Modelos de
Decisão e Saúde
Uma pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) desenvolveu um aplicativo com a função de calcular a possibilidade de
uma mulher sofrer ou já ser vítima de violência doméstica.
Denominado de VCMulher, o software foi
criado para possibilitar que profissionais da atenção básica prevejam e
identifiquem possíveis vítimas de violência dentro de casa, auxiliando-os nas
tomadas de decisão.
O software foi registrado pela Agência UFPB de Inovação
Tecnológica (Inova) no final do ano passado. A autora do invento, a
pesquisadora Layza Deininger, explica que o VCMulher, fruto do seu doutorado no
Programa de Pós-graduação em Modelos de Decisão e Saúde, defendido em 20
de fevereiro, vai possibilitar melhor assistência às mulheres.
“O meu principal intuito foi ceder um instrumento para
que os profissionais de saúde da atenção básica consigam prever o risco de uma
mulher estar sofrendo a violência e oferecer melhor suporte”, afirma.
Para o cálculo, foram utilizados dados de um inquérito
domiciliar realizado com mulheres maiores de 18 anos, utilizando como base dois
questionários, um para inferir a qualidade de vida e outro para avaliar a violência
contra a mulher.
As variáveis significativas foram obtidas por meio de
modelo de redes neurais, responsável pela identificação de padrões, e de
regressão logística múltipla, técnica estatística que tem como objetivo
produzir previsões a partir de um conjunto de observações.
Dessa forma, utilizando as variáveis adquiridas, a
probabilidade de uma mulher sofrer violência doméstica é calculada em
baixa, média ou alta.
A pesquisadora justifica sua iniciativa pela necessidade
de combater a subnotificação. “A maior parte dos casos de violência contra a
mulher ainda é extremamente subnotificada e o serviço que está mais próximo a
elas é a atenção básica”.
Conforme Layza Deininger, o invento é uma proposta com
caráter inovador e tecnológico. “A gente patenteou e tem o intuito de
ceder para a rede municipal ou estadual de saúde”, conta Laysa, que é
enfermeira e professora universitária.
O número de denúncias de violência contra a mulher
aumentou 105,6% no primeiro mês de isolamento social, na Paraíba, com relação
ao mês anterior, de acordo com o aplicativo SOS Mulher PB, que permite que a
usuária aperte um “botão de pânico” e acione a Polícia Militar imediatamente.
O período analisado pelo aplicativo SOS Mulher PB é de 21
de fevereiro a 21 de março e de 21 de março a 21 de abril. No primeiro mês de
análise, foram 142 denúncias, saltando rapidamente, no mês de isolamento
social, para 292 denúncias.
O aplicativo VCMulher, que futuramente poderá ser baixado
em plataformas digitais, pode ser conferido e testado no endereço eletrônico desenvolvido para a
inovação.
Portal Correio
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