A cobra, considerada uma das mais venenosas do mundo, é
originária de regiões da África e da Ásia
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O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou Pedro Henrique em R$ 2 mil, por criar a naja sem autorização - Foto: BPMA-DF/Divulgação |
A Polícia Civil do Distrito Federal estima que a cobra da
espécie naja, que picou o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique
Santos Krambeck Lehmkul, na última terça-feira (7), vale até R$ 20 mil, no
comércio ilegal. A informação é do delegado Jonatas Silva, da 14ª Delegacia de
Polícia, do Gama, que investiga o crime de tráfico de animais.
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A cobra, considerada uma das mais venenosas do mundo, é
originária de regiões da África e da Ásia. Ela foi abandonada perto de um
shopping, no Lago Sul, na noite de quarta-feira (8) e está sob os cuidados do
Zoológico de Brasília, assim como outras 16 serpentes apreendidas em um haras,
na região de Planaltina.
Nessa sexta (10), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou Pedro Henrique em R$ 2 mil,
por criar a naja sem autorização. Segundo a polícia, as investigações apontam
que ele é o dono da naja e das outras 16 serpentes.
De acordo com o Ibama, Pedro Henrique Santos Krambeck
Lehmkul mantinha a naja em ambiente doméstico, o que é proibido. O instituto
informou à reportagem que o órgão ainda avalia quem será penalizado pelas 16
cobras que foram deixadas em Planaltina.
Jovens de
classe média alta
Conforme a Polícia Civil, pelo menos três estudantes de
medicina veterinária, colegas de Pedro Henrique na instituição de ensino
privado Faciplac, no Gama, foram ouvidos pela corporação. Um deles, Gabriel
Ribeiro – que segundo a investigação foi quem abandonou a cobra após o acidente
– "preferiu ficar em silêncio", disseram os policiais.
Os jovens são de classe média e classe média alta e
"se identificam em estudar e fazer pesquisas com animais exóticos",
aponta a investigação.
"A suspeita é que esse estudantes começaram a
comercializar esses animais exóticos, que são caros e raros. Sabemos que
envolve muito dinheiro no comércio ilegal", afirma a polícia.
Em nota, a Faciplac disse que "não tinha
conhecimento da posse de nenhuma cobra ou outros tipos de animais silvestres
entre os alunos".
Na próxima semana, o delegado pretende falar com os
responsáveis pela faculdade e também com a família de Pedro Henrique. O
padastro do estudante, Clovis Eduardo Condi, é tenente-coronel da Polícia
Militar.
De onde
vieram as cobras?
Na tarde quinta, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental
(BPMA) aprendeu dez serpentes exóticas – originárias de outros países – e
outras seis cobras silvestres brasileiras, em um haras, na região de
Planaltina. De acordo com a polícia, Pedro Henrique Krambeck é o proprietário
das serpentes.
Um dos jovens ouvidos pelos policiais contou que as 16
cobras foram deixadas no haras, por um amigo de Pedro Henrique, após o
acidente. O jovem afirmou que não sabia da compra e venda de animais.
A investigação busca descobrir como o estudante de
veterinária conseguiu os animais. Os investigadores não descartam a
possibilidade deles terem reproduzido em cativeiro, no Brasil.
"A origem pode ser nacional ou internacional",
aponta a polícia.
Como está
Pedro Henrique Krambeck Lehmkul
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul está internado em
um hospital particular e deve ter alta da UTI neste sábado (11). Ele foi
internado, em estado grave, na noite de terça-feira (7) e ficou em coma até a
tarde de quinta-feira (9).
No fim da tarde de quinta, o jovem despertou do coma e
agradeceu a equipe médica, segundo amigos. O estudante precisou ser medicado
com um soro antiofídico que só foi encontrado no Instituto Butantan, em São
Paulo, e disponibilizado para a família.
Os pais de Pedro Henrique chegaram a importar 10 doses do
soro antiofídico dos Estados Unidos. A família contou à reportagem que não foi
necessário usar a medicação, que será doada ao Instituto Butantan.
O G1 perguntou para a Polícia Civil, onde ocorreu o
acidente com Pedro Henrique, que mora na região do Guará, mas foi internado em
um hospital do Gama – a uma distância de cerca de 30 quilômetros – no entanto,
a corporação afirmou que "não sabe até o momento".
G1
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