Os testes clínicos em humanos têm custo de R$
30 milhões nas duas primeiras fases: preparação dos laboratórios da Funed
(Fundação Ezequiel Dias), em Belo Horizonte, para a escala industrial e
avaliação da resposta de um grupo de 40 pessoas ao imunizante
Com tecnologia semelhante à da vacina de
Oxford/AstraZeneca que opera com vetores virais (vírus não patogênicos para os
seres humanos) capazes de codificar proteínas do novo coronavírus sem causar a
doença, mas estimulando a produção de anticorpos e de células de defesa, o
Centro de Tecnologia em Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais
terminou a primeira etapa da pesquisa de uma vacina contra a covid-19 que será
a primeira totalmente brasileira. A segunda fase, que testa o imunizante em
humanos, começa em março.
Dividida em três fases, deve durar entre 12 e 14
meses, para que a vacina possa ser aprovada e ter início a produção em escala
industrial. Mas isso depende do fluxo de investimentos.
Segundo a coordenadora do CT-Vacinas, Ana Paula
Fernandes, o grande diferencial da vacina da UFMG, em relação àquelas
produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e pela Fiocruz (Fundação
Oswaldo Cruz), no Rio, é o fato de os insumos necessários —o chamado IFA
(ingrediente farmacêutico ativo) — serem todos produzidos no Brasil.
Os testes clínicos em humanos têm custo de R$ 30
milhões nas duas primeiras fases: preparação dos laboratórios da Funed
(Fundação Ezequiel Dias), em Belo Horizonte, para a escala industrial e
avaliação da resposta de um grupo de 40 pessoas ao imunizante.
O desenvolvimento da vacina da UFMG teve início em
fevereiro de 2020, quando começou a pandemia no Brasil. Foram gastos R$ 5
milhões, bancados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, com participação de 30 profissionais da universidade e apoio de
pesquisadores da Fiocruz, da USP (Universidade de São Paulo) e da própria
Funed.
Emmanela Leite - ClickPB/UOL